Com o avanço da tecnologia digital os métodos geofísicos se tornam a cada dia mais e mais interessantes e mais aplicáveis em questões de engenharia e ambientais.
Na investigação de áreas submersas, destaca-se o sonar de varredura lateral ou side scan sonar. Esta técnica permite a obtenção de imagens de fundo que em muitos aspectos se assemelham a fotografias aéreas, que obviamente nao podem ser usadas para mapeamento de superfícies submersas tendo em vista que a luz tem penetração limitada na coluna d'água.
Nos dias de hoje existem muitos modelos de sonares mas basicamente todos eles são configurados em função de duas propriedades básicas: alcance lateral e resolução. Se seu projeto prevê o mapemaento de áreas enormes (muitos quilômetros por muitos quilômetros).... você necessariamente vai ter que trabalhar com sonares que emitem frequencias menores que 100 khz, sob pena de voce passar o resto da vida mapeando...... (frequencias maiores implicam em varreduras laterais menores e portanto ... mais linhas devem ser executadas pra se cobrir uma mesma área)
Sonares que usam frequencias da ordem de 100 khz permitem varrer em cada linha de navegação algumas centenas de metros, não ramente, 1000 m de cada lado da embarcação. Ou seja ao voce navegar voce vai ver na tela do seu computador um área com até 2 km de largura . Alguns sistemas muito especiais (Sea Marc II, por exemplo) usam frequencias ainda menores (menos que 20 khz) permitindo ver áreas com algunas dezenas de quilômetros de largura.
Porém se seu objetivo é mapear detalhes da superficie de fundo.... sonares de alta frequencia vão ter que ser utilizados. Neste caso estamos falando de sonares com frequencias superiores a 300 khz. Alguns sistemas evoluiram e permitem opção de uso de uma ou por outra frequencia no mesmo peixe, o que vai ser uma decisao sua em função do objetivo do seu projeto.
Outros, ainda mais evoluidos, permitem o uso simultâneo de duas frequencias. O Klein 3000 é um destes: usa 100 e 500 khz simultaneamente, o que permite o mapeamento de áreas tão largas quando 900-1000 metros de cada lado, quanto ver detalhes em faixas de até 150 m de cada lado.
Quando ver os detalhes de uma superfície submersa é necessario e importante?
São muitos os casos onde detalhes são necessários: listos alguns apenas para se ter uma idéia do assunto....
1 - mapeamento de dutos (manutenção de dutos) e emissários submarinos
2 - mapeamento de embarcações naufragadas
3 - mapeamento de estruturas sedimentares
4 - monitoramento de áreas de depósito de rejeitos de dragagem
5 - mapeamento de atividade bentônica
6 - operações de busca ou salvamento de objetos ou estruturas de dimensões submétricas
7 - mapeamento de minas ou de mudanças texturais na superfície de fundo relacionadas a minas enterradas (questões relacionadas a segurança)
8 - mapeamento de margens de rios e reservatórios (monitoramento de processos erosivos)
Alguns registros obtidos recentemente no litoral norte de São Paulo ilustram os pontos discutidos nestes parágrafos. Vejam nestes registros que os detalhes das estruturas sedimentares são muito melhor visualizados nas imagens na parte superior dos registros (que sao aqueles oriundos de 500khz).
Observem a pobreza de detalhes no conteudo das imagens inferiores..... (oritundas de 100khz)
Por outro lado o afloramento rochoso mostrado num dos pares de registros não são tão diferentes quando observado em ambos os registros...
Outros registros ilustrando este tema podem ser observados no endereço www.lapsmultiply/photos/album/485
Daí o cuidado que deve ser tomado quando se decide executar um levantamento com um ou com outro sistema, ou melhor, o cuidado que deve ser tomado ao se decidir executar um levantamento com o sonar de varredura lateral priorizando resolução ou alcance lateral, duas propriedades até certo limite, incompatíveis.
Enfim, discussão proposta.... estamos abertos a evoluir nesta discussão. abçs ao interessados no asunto.
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